quarta-feira, 2 de novembro de 2011

As Grandes Maravilhas do Mundo ... Antigo

Você conhece as 7 Maravilhas do Mundo Antigo ? 
Elas são a alma do homem histórico que mostram através dessas construções a grande força da engenhosidade frente à falta de tecnologia moderna como as de hoje.
Vamos conhecer um pouquinho delas ? 

Colosso de Rodes


O Colosso de Rodes era uma enorme estátua do deus grego Hélios e que foi colocada na entrada da ilha grega de Rodes. Ela foi finalizada em 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindospossuía 30 metros de altura e setenta toneladas de puro bronze, é interessante notar que qualquer barco que adentrasse a ilha passaria entre suas pernas, de vido a posição que tinha, sendo que ficava um em cada margem do canal que levava ao porto.
Na sua mão direita havia um farol que guiava as embarcações à noite. Era uma estátua tão gigantesca que um homem robusto não conseguia abraçar o seu polegar. Foi construída para comemorar a retirada das tropas macedônias que tentavam conquistar a ilha, e o material utilizado para sua confecção foram armas abandonadas pelos macedônios no lugar. 
Apesar de imponente, ficou em pé durante apenas 55 anos, sendo abalada por um sismo que a jogou no fundo da baía. Ptolomeu III se ofereceu para reconstruí-la, mas os habitantes da ilha recusaram por achar que haviam ofendido Hélios com a construção dela. E no fundo do mar ainda era tão impressionante que muitos viajaram para vê-la lá em baixo, onde foi esquecida até a chegada dos árabes, que a venderam como sucata.

Templo de Ártemis


Construído em Éfeso como homenagem à deusa grega da caça e protetora dos animais selvagens, Ártemis, o templo fora o maior do mundo. Várias pessoas de muitas origens vinham fazer oferendas no templo.
Com a conversão dos cidadãos da região e do mundo todo ao cristianismo, o templo foi perdendo importância e pereceu em 401 d.C, e hoje existe apenas um pilar da construção original em suas ruínas.


 Pirâmide de Gizé



Ao contrário do que muitos pensam é apenas a Pirâmide de Quéops (e não todas as três grandes Pirâmides de Gizé) que faz parte da lista original das Sete Maravilhas do Mundo. 
A Pirâmide de Quéops foi construída há mais de 4500 anos, por volta do ano 2550 a.C., e é também chamada de Grande Pirâmide de Gizé ou apenas Grande Pirâmide. A majestosa construção de 147 metros de altura foi a maior construção feita pelo homem durante mais de quatro mil anos, sendo superada apenas no final do século XIX (precisamente em 1889), com a construção da Torre Eiffel. A Grande Pirâmide de Gizé foi construída como tumba real para o faraó Khufu (que dá nome à pirâmide).

O curioso é que a pirâmide de Queóps já era a mais antiga dentre todas as maravilhas do mundo antigo (afinal, na época já fazia mais de dois mil anos que havia sido construída) e é justamente a única que se mantém até hoje.



 Estátua de Zeus


A estátua de Zeus em Olímpia foi construída no século V a.C. por Fídias, em homenagem ao rei dos deuses gregos — Zeus. A estátua, construída em ouro e marfim e decorada com pedras preciosas, possuía 12 metros de altura. Após 800 anos foi levada para Constantinopla (hoje Istambul), onde acredita-se ter sido destruída em 462 d.C. por um terremoto.
Essa é considerada sua obra-prima. Tanto os gregos amavam seus trabalhos que dizia-se que ele revelava aos homens a imagem dos deuses. Supõe-se que a construção da estátua tenha levado cerca de oito anos. Zeus (Júpiter, para os romanos) era o senhor do Olimpo, a morada das divindades. A estátua media de 12 a 15 metros de altura - o equivalente a um prédio de cinco andares - e era toda de marfim e ébano. Seus olhos eram pedras preciosas. Fídias esculpiu Zeus sentado num trono. Na mão direita levava a estatueta de Nike, deusa da Vitória; na esquerda, uma esfera sob a qual se debruçava uma águia. Supõe-se que, como em representações de outros artistas, o Zeus de Fídias também mostrasse o cenho franzido. A lenda dizia que quando Zeus franzia a fronte o Olimpo todo tremia. Quando a estátua foi construída, a rivalidade entre Atenas e Esparta pela hegemonia no Mediterrâneo e na Grécia continental mergulhou os gregos numa sucessão de guerras. Os combates, no entanto, não prejudicaram as realizações culturais e artísticas da época. Ao contrário, o século V a.C. ficou conhecido como o século de ouro na história grega devido ao extraordinário florescimento da arquitetura, escultura e outras artes. A estátua de Zeus foi destruída nesse mesmo século V a.C.


Farol de Alexandria


O Farol de Alexandria foi construído a mando de Ptolomeu I no ano 280 a.C. pelo arquiteto e engenheiro grego Sóstrato de Cnido. Era uma torre de mármore situada na ilha de Faros (por isso, "farol"), próxima ao porto de Alexandria, Egito, no alto da qual ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava até 50 km de distância, daí a grande fama e imponência daquele farol. 
Com a exceção das pirâmides de Gizé, foi a que mais tempo durou entre as outras maravilhas do mundo, sendo destruída por um terremoto em 1375. Suas ruínas foram encontradas em 1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por imagens de satélite.

Jardins Suspensos da Babilônia


Os Jardins Suspensos da Babilônia são as maravilhas menos conhecidas, já que até hoje encontram-se poucos relatos e nenhum sítio arqueológico foi encontrado com qualquer vestígio do monumento. O único que pode ser considerado "suspeito" é um poço fora dos padrões que imagina-se ter sido usado para bombear água. Foram construídos por volta de 600 a.C., às margens do rio Eufrates, na Mesopotâmia - no atual sul do Iraque. 
Os jardins, na verdade, eram seis montanhas artificiais feitas de tijolos de barro cozido, com terraços sobrepostos onde foram plantadas árvores e flores. Calcula-se que estivessem apoiados em colunas cuja altura variava de 25 a 100 metros. 
Para se chegar aos terraços subia-se por uma escada de mármore; entre as folhagens havia mesas e fontes. Os jardins ficavam próximos ao palácio do rei Nabucodonosor II, que os teria mandado construir em homenagem à mulher, Amitis, saudosa das montanhas do lugar onde nascera. Capital do império caldeu, a Babilônia, sob Nabucodonosor, tornou-se a cidade mais rica do mundo antigo. Vivia do comércio e da navegação, buscando produtos na Arábia e na Índia e exportando lã, cevada e tecidos. 
Como não dispunham de pedras, os babilônios usavam em suas construções tijolos de barro cozido e azulejos esmaltados. No século V a.C., Heródoto dizia que a Babilônia "ultrapassava em esplendor qualquer cidade do mundo conhecido". Mas em 539 a.C. o império caldeu foi conquistado pelos persas e dois séculos mais tarde passou a ser dominado por Alexandre, o Grande, tornando-se parte da civilização helenística. 
Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), a Babilônia deixou de ser a capital do império. Começou assim sua decadência. Não se sabe quando os jardins foram destruídos; sobre as ruínas da Babilônia ergueu-se, hoje, a cidade de Al-Hillah, a 160 quilômetros de Bagdá, a capital do Iraque.

Mausoléu de Halicarnasso




O mausoléu de Halicarnasso foi o suntuoso túmulo que a rainha Artemísia II de Cária mandou construir sobre os restos mortais de seu irmão e marido, o rei Mausolo, em 353 a.C.. Foi construído por dois arquitetos gregos — Sátiro e Pítis — e por quatro escultores gregos — Briáxis, Escopas, Leocarés eTimóteo.
Hoje, os fragmentos desse monumento são encontrados no Museu Britânico, em Londres, e em Bodrum, na Turquia. A palavra mausoléu é derivada de Mausolo.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Conhecimento Geográfico : Do Empirismo à Razão - Parte II

(...)

Como foi abordado na postagem anterior, o conhecimento geográfico nasceu na idade antiga, no entanto era completamente desprovido de métodos científicos.
Na Idade Média o conhecimento geográfico embora ainda não sistematizado cientificamente, ganhou a implantação das técnicas, especialmente cartográficas, já que nesse período o espaço foi reorganizado a partir do grande aporte dos árabes com a interação cultural e o estabelecimento de novas relações com a natureza e com o espaço, que ganhavam dimensões desproporcionais com os impactos da falta de um método de pesquisa e estudo que abordasse os mais diversos elementos necessários ao saber geográfico.
Todavia, na Idade Moderna foi possível ver uma grande expansão do que se conhecia como o conhecimento científico, onde tudo era submetido à provas e verificações, e após isso era referendado ou não, tudo dependia da comprobabilidade.
Foi aqui que as concepções geográficas acerca da natureza e do espaço vivido sofreram um grande impacto mecanicista e altamente fragmentador. Este fato notavelmente atrapalhou a busca de idéias que convergiam à sistematização do conhecimento. Elementos eram perdidos, fatos não eram absorvidos, tudo por ver os sistemas como sendo uma simples soma das partes. O todo-complexo então passava despercebido, e as sentenças com certeza se tornavam falhas.
Essa realidade chegou com o nascimento da física clássica, onde a visão fragmentada estava a par do pensamento cartesiano, assim o todo só era compreendido pelas suas partes, e ainda, se analisadas separadamente. Isso gerou um processo de expansão do método que deu origem à uma ciência enferma, onde tudo parece estar em constante incompreensão, cheia de teorias imprecisas que não correspondem à nossa realidade, aos nossos maiores problemas.

Continua ... 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Povo do Pântano - "Bog People"



  É fato que contos e achados arqueológico de múmias já fazem parte da narrativa histórica da antiguidade. Mas ao se pensar em múmia pensa-se em Egito antigo, palco de vida das múmias mais famosas conhecidas até então. Entende-se que o Egito toma frente nessa narrativa pelo seu conhecimento na arte da mumificação e na crença religiosa de uma vida pós-morte que sustentou isso. 
  Mas não é só no Egito que existem múmias desbravadas pelos estudos de Arqueologia, pelo contrário, elas estão espalhadas no mundo todo, talvez descansando bem debaixo dos nossos pés.


Múmia peruana no Convento do Carmo, em Lisboa.
Múmia natural de Guanajuato, México.











  Outro exemplo disso são as múmias conhecidas como “ Bog People” ou Povo do Pântano, que são múmias ou corpos preservados naturalmente encontrados nos pântanos do norte Europeu, altamente conservados, sem a utilização da mumificação, apenas guardados pela natureza. Os corpos são mantidos através do tempo por causa da água muito ácida resultante da decomposição secular de algas pantanosas, a baixa temperatura e a falta de oxigênio no local também influenciam para o processo estabilidade decomposcional. 
Homem Tollund viveu no século 4 aC., a barba dele ainda continua visivelmente preservada.
  A pele, as feições, os órgãos internos e até mesmo os dejetos intestinais ficam notavelmente bem preservados, entretanto a acidez da água acaba por dissolver os ossos com a reação da água ácida e o fosfato de cálcio presente no esqueleto humano-animal.



Perfeição da unha ainda esmaltada da múmia
 





  Os primeiros corpos encontrados resultaram de uma busca policial por uma mulher desaparecida, e ao entrar no pântano se depararam com a incrível situação. 
  A maioria desses achados foi datada da idade do ferro há aproximadamente 2100 anos atrás, e a singularidade na maneira como esses corpos foram depositados no pântano sugerem algum tipo de ritual, fruto de sacrifícios humanos do paganismo germânico, inclusive no intestino de uma das múmias da Inglaterra foi achada varias sementes de pólen de uma planta utilizada nos rituais celtas da antiguidade inglesa.

Reconstituição Arqueológica da múmia

Homem Tollund viveu no século 4 aC.

  Por isso muito cuidado pra não se assustar quando se deparar com um fascinante achado desses, eles podem até estar descansando, mas o corpo deles fala e pode nos contar uma história ainda não conhecida pela humanidade.


Por: Eliakim Silva

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Interconectividade



“Na aurora do terceiro milênio, é preciso compreender que revolucionar, desenvolver, inventar, sobreviver, viver, morrer, anda tudo inseparavelmente ligado."

Edgar Morin

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

3ª Semana de Geografia - Amazônia : Cenários e Desafios


3ª Semana de Geografia - Amazônia : Cenários e Desafios
De 29 a 02 de Setembro 
UNIFAP

Mais recentemente, na Amazônia vem sendo debatido o desenvolvimento de projetos pautados no aproveitamento da biodiversidade, também sob tutela de pensadores e capitais externos à região.
Devido a esses, a temática " Amazônia : Cenários e desafios" é pertinente para pensarmos o tipo de desenvolvimento que queremos para a região.
Portanto, a contribuição da ciência geográfica consiste em pensamentos analíticos e críticos sobre variados assuntos, dos aspectos físicos a humanos, e concomitante à este, nos relacionamentos com diferentes áreas do conhecimento. A Geografia deve contribuir com o planejamento do espaço geográfico no sentido de promover a melhor utilização dos recursos da natureza e promoção do desenvolvimento social.

  • Segunda - Feira - 29/08
TARDE

Credenciamento : 14:00 às 17:00 
Local: Anfiteatro - UNIFAP

NOITE

Palestra: Território, Região e Políticas de Ordenamento: a questão dos conceitos.
Prof. Dr. Rogério Haesbaert - Geógrafo
Universidade Federal Fluminense - UFF
Hora : 18:00
Local : Anfiteatro - UNIFAP 



  • Terça - Feira - 30/08
TARDE
Mini - Cursos

1 - Naor de Souza Junior - UNASP 
Tema: Modelos em ciências naturais - Aspectos científicos e metafísicos.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

2 - Mariana Petry Cabral - IEPA 
Tema: Sítios Arqueológicos no Amapá.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

3 - Marcelo Gonçalves da Silva - INCRA 
Tema: Populações tradicionais e quilombolas no estado do Amapá.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

4 - Douglas Santos - PUC - SP
Tema: O significado de escola.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

5 - Beatriz Lima de Paula - UNIFAP 
Tema: Metodologias sócias de avaliação de áreas de risco.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

6 - Viviane Amanajás 
Tema: Usos e aplicações do GPS
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

NOITE

Palestra: Função Social das Unidades de Conservação.
Palestrante: Sueli Ângelo Furlan - USP
Hora: 18:30
Local: Anfiteatro - UNIFAP

  • Quarta - Feira - 31/08 
TARDE
Mini - Cursos

1 - Naor de Souza Junior - UNASP 
Tema: Modelos em ciências naturais - Aspectos científicos e metafísicos.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

2 - Mariana Petry Cabral - IEPA 
Tema: Sítios Arqueológicos no Amapá.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

3 - Marcelo Gonçalves da Silva - INCRA 
Tema: Populações tradicionais e quilombolas no estado do Amapá.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

4 - Douglas Santos - PUC - SP
Tema: O significado de escola.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

5 - Beatriz Lima de Paula - UNIFAP 
Tema: Metodologias sócias de avaliação de áreas de risco.
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

6 - Viviane Amanajás 
Tema: Usos e aplicações do GPS
Hora : 14:00 - 18:00
Local : Bloco de Geografia 

NOITE

Palestra : Filosofia das Origens.
Palestrante: Naor de souza Junior - UNASP
Hora: 18:30
Local: Anfiteatro - UNIFAP

  • Quinta - Feira - 01/09
TARDE 
Palestra : Zoneamento Urbano das Áreas de Ressaca de Macapá e Santana.
Palestrantes: Luís Roberto Takiama; Uédio Robds Leite -  IEPA
Hora: 14:00 - 18:00
Local: Anfiteatro - UNIFAP

NOITE
Palestra : Categorias e metodologias aplicadas ao ensino da Geografia.
Palestrante: Douglas Santos - PUC - SP
Hora: 18:30
Local: Anfiteatro - UNIFAP

  • Sexta - Feira - 02/09

TARDE
Apresentação de trabalhos científicos.
Hora: 14:00
Local: Anfiteatro - UNIFAP

NOITE
Palestra de Encerramento : Questões agrárias na Amazônia.
Palestrante: Ariovaldo Umberlino de Oliveira - Geógrafo
Hora: 18:30
Local: Anfiteatro - UNIFAP

Coquetel de Encerramento - CV - UNIFAP

ATENÇÃO: 
- Todas as palestras ocorrerão no Anfiteatro da Universidade
- Todos os mini-cursos ocorrerão no Bloco de Geografia. (Ao lado da cantina central)
- Você só poderá se inscrever em 1 (um) mini-curso na Terça - Feira e em 1 (um) mini-curso na Quarta-Feira, visto que eles ocorrerão no mesmo horário.
- A Inscrição custa apenas R$ 5,00. Estarão sendo feitas as inscrições na Cantina da UNIFAP a partir das 08:00 do dia 26/08 até às 17:00 do dia 29/08,  no Anfiteatro da Universidade.
- Serão emitidos certificados de 40 horas (pra quem preferir as Palestras + mini-cursos) e de 20 horas (pra quem optar somente pelas palestras). 






sexta-feira, 24 de junho de 2011

24 de Junho - Dia do Caboclo ... O CABOCLO - Amapaisagens, 1992 - Hélio Pennafort


O caboclo é capaz de remar horas a fio pela sinuosidade dos igarapés sem parar o remo, nem quando pega um remanso a favor.

O caboclo é inteligente a ponto de saber o momento certo de zagaiar o tucunaré, valendo-se, apenas, do rebujo do lago.

O caboclo é suficientemente sagaz para descobrira posiçãodo caranguejo escondido no lamaçal e defender a mão do aperto das unhas do bicho.

O caboclo é competente para dirigir uma embarcação nas agitadas marés da costa Norte, em plena escuridão, sem precisar de bússolas, ecobatímetros e radares.

O caboclo é mestre na estrovação do anzol e na preparação da malhadeira, instrumentos que facilitam a sobrevivência na beira dos rios.

O caboclo é exímio dançarino e tem resistência para ficar rodopiando com a dama a noite toda, num salão de paxiúba.

O caboclo arma seu matapí com uma paciência fora do comum e, quando coloca a última tala, ainda abre aquele sorriso que é só felicidade.

O caboclo sabe distinguir o olho da paca, do veado, da onça, e qualquer bicho, quando se aventura em caçadas noturnas nas grimpas solitárias dos pequenos riachos.

O caboclo sabe dedilhar viola, cantar seresta e dizer à cabocla amada que "a última vez que eu te beijei, me alembro claramente que era noite de luar".

O caboclo é bom de porrada, e o seu jeito de brigar ainda é aquele de meter a cabeça nas pernas do cara e jogar o corpo para cima.

O caboclo é humano, pacífico e explode de carinhos, ao entalar uma asa quebrada do jacamim de estimação.

O caboclo é respeitador e, se mexer com a moça alheia, casa logo.

O caboclo é bom de cana, nem cospe, e ainda lambe os beiços depois de empurrar meiota pelo gargalo de uma só vez.

O caboclo é crente, acostumado a rezar, e tufa o peito de fé quando aconselha na ladaínha do padroeiro que "um rosário de Maria / quem rezar com devoção / não morre sem sacramento / nem também sem confissão / assim disse Jesus Cristo / quando encontrou com Adão".

O caboclo é esperto e, se está perdido no mato, bate no tronco da sapopema para ser achado.

O caboclo tem um jeito próprio de assoviar que chama o vento, quando a calmaria no litoral não empurra sua pesqueira para a frente.

O caboclo é objetivo e se vê alguém bestando com uma mulher é capaz de dar como conselho um ..."trepa logo!".

O caboclo é apegado a tudo quanto é crendice e superstição e sempre se deu bem com isso.

O caboclo é arteiro. Acende um cigarro porronca no meio da ventania fazendo uma concha protetora com a mão esquerda, metendo o palito por baixo.

O caboclo tem pronúncia própria e, no embaralhamento sonoro das letras, troca o coeficiente pelo cueficiente.

O caboclo arma poesias sempre enaltecendo suas coisas, como a "cabeça da gurijuba / que é bom pra chuchu / mocotó de caranguejo / este antão abafu / e o trapiche da Vigia / bão! este que não é pitiú".

O caboclo é pávulo e, quando sai de uma festa, gosta de ver sua camisa branca suja de batom vermelho.

O caboclo não tem nada de besta e sabe que o que a mulher gosta, mesmo, é de muito caquiado, no embalar da rede.

O caboclo faz parte da Amazônia. Como o açaí, o boto, o tucunaré e a cobra grande.

Linguajá Caboclo 

Remanso : Trecho de rio em que não há corrente apreciável . 
Zagaiar: Jogar lança curta utilizada para pesca. Pescar com Zagaia.
Rebujo: Fenômeno Aquático como a preamar, correnteza, enchente, vazante.
Estrovação: Vem do verbo Estorvar (atrapalhar, impedir). Significa reforçar o Anzol.
Malhadeira: Tipo de rede de pesca bastante utilizada na amazônia.
Paxiúba: Espécie de Palmeira.
Matapí: Cesto cônico com abertura na base, utilizado para captura de Camarão.
Tala: Parte rígida tirada da folha de palmeiras, é utilizada para dar suporte a algo.
Paca: Mamífero roedor de pelagem castanha e malhas claras.
Grimpas: No alto, em cima. Ex: Na grimpa do morro. (no alto do morro)
Entalar: Colocar a tala em algo para dar suporte.
Jacamim: Tipo de Ave.
Sapopema: Tipo de Árvore
Bestando: Fazendo algo sem importância, inútil, à toa .
Trepa logo: " Transa logo "
Porronca: Cigarro feito de fumo na palha.
Gurijuba: Tipo de Peixe.
Pitiú: Cheiro característico, como o odor do frango cru, do peixe ..
Caquiado: Movimentos na dança feitos para impressionar.
Boto e Cobra Grande: Lendas indígenas conhecidas na Amazônia.

Poesia do Hélio , Linguajá Caboclo elaborado por mim.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Prosas do Novo Código Florestal



Nossos pequenos continuam sendo pequenos
E os grandes inventam qualquer baboseira que passam tranquilamente bancando os cientistas ...
Retratos do Brasil 

sábado, 4 de junho de 2011

Conhecimento Geográfico : Do Empirismo à Razão

Um Breve Apanhado

Estas postagens objetivam fazer uma análise epistemológica e histórica da Geografia, abordando o advento do pensamento científico e da disciplina, discutindo seu desenvolvimento e elaboração como ciência. Observam-se assim os debates que ocorreram em torno da definição dos objetos e categorias consideradas para tal ciência. Um trabalho pautado em revisões bibliográficas, cuja as obras possuem valor significativo para os estudos geográficos na contemporaneidade. Então diante do exposto, fica evidente que essa linha de pensamento deve entender e observar o espaço em todas as suas dimensões organizacionais, ajustada à uma visão sistêmica.

P-C : Geografia. Espaço. Tempo. Dialética. 

O conhecimento geográfico surge na data provável de 5.000 e 6.000 anos a.C, desprovido de todo método científico, ele era apenas vinculado à pratica e observação. Toma-se como exemplo as civilizações greco-romanas, contribuintes para a sistematização inicial de informações que podem ser conferidas em obras geográficas, relacionadas ao controle de cidades antigas e elaboração de estratégias de invasão territorial na antiguidade e no novo mundo. Fatos de extrema contribuição para uma análise mais detalhada do passado geográfico, cuja história remonta às explorações, relaçoes espaciais através das grandes navegações como em Almagesto, de Ptolomeu e a retratação de experiências históricas presenciais como em Ilíada  e Odisséia, de Homero. Não podendo deixar de fora é claro o grande Estrabão, Historiador, Filósofo e Geógrafo Grego que escreveu a grande Obra do legado geográfico Geographia, Originalmente com 17 volumes, mas que chegou a atualidade com 16 volumes, faltando o 7° livro apenas. Assim nasceu a Geografia, meramente descritiva ... 

(continua)

sábado, 21 de maio de 2011

Cafezin da Tarde .... Focalizando

Ahmadinejad : - Espelho espelho meu existe ou existiu na terra alguém que visse o mundo da mesma forma que eu ? 

Espelho : 'Puft'

A unica diferença é que apenas um ainda vive ... 



sábado, 14 de maio de 2011

Sinestesia, o som do cheiro, o gosto do batuque

Isidia Ramos da Costa


Por mais que teus ladrões sigam versos das rimas da vida
Teu batuque singram os mares do meu coração.

É lindo ver como os teus pés, arqueados descrevem lindos rastros no chão.
Nitidamente percebo que teus medos no recanto morrem.
A melodia embriaga e a bebida inebria.
Por enquanto todo sofrimento é sarado...

Amanhece o dia, tudo volta ao normal
Trabalho na comunidade,  cantoria
Descomunal.

Tuas expressões são símbolos de Fé, angústia, precisão e história.
No pior sentido, teu passado não é negro.

Negro é Exatidão ! 

Eliakim Silva
 


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dia do Cartógrafo


É muito importante para nós, Geógrafos e demais cientistas darmos valor ao trabalho desses profissionais que trabalham com o processamento, coletas e representações de dados presentes na superfície terrestre e além dela (cartas de astronomia)...
É com grande prestígio que parabenizo todos os cartógrafos e futuros por este dia...

06 de Maio, dia do Cartógrafo .... 

sábado, 19 de março de 2011

Super Lua Cheia

No próximo sábado, dia 19 de março, e se as condições meteorológicas ajudarem, será possível observar uma Lua Cheia especial no céu, uma super Lua Cheia.



© NASA (Lua cheia)
Este fenômeno é bem mais raro do que a famosa Lua Azul, que acontece uma vez a cada dois anos e meio.
A órbita da Lua em torno da Terra não é uma circunferência perfeita, mas sim uma elipse. Quando a Lua se encontra na ponta da elipse mais próxima da Terra está no perigeu, e quando a Lua se encontra na ponta da elipse mais afastada da Terra dizemos que se encontra no apogeu. A Lua no perigeu fica cerca de 50 mil km mais perto da Terra do que no apogeu. A Lua Cheia do próximo sábado quase coincide com o perigeu da Lua, cuja diferença será de uma hora.  A Lua Cheia vai nascer no leste ao pôr do Sol e deve parecer especialmente grande quando estiver próxima ao horizonte.
Como resultado a Lua poderá parecer no céu cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que as Luas Cheias que acontecem no apogeu. Mas será que vamos notar alguma diferença? É difícil, pois não existem réguas no céu que possamos usar para medir o diâmetro lunar. No entanto, deve valer a pena ver a Lua no céu. A melhor altura para espreitar a Lua será quando ela está próxima do horizonte. Por razões de perspectiva, quando a Lua está perto do horizonte, alinhada com edifícios, árvores ou outros objetos e construções, parece-nos maior. Por isso poderemos aproveitar a Lua do próximo sábado para ainda ampliar mais esta ilusão de ótica lunar.
Ao contrário do que afirmam algumas notícias que circulam pela internet, as Luas Cheias que acontecem perto do perigeu não provocam desastres naturais. A última super Lua Cheia de 8 março de 1993 passou sem nenhum incidente e a quase-super Lua Cheia de 12 de dezembro de 2008 foi também inofensiva. As Luas Cheias que acontecem perto do perigeu são frequentes - há uma a cada 413 dias, ou seja, quase uma por ano. A do dia 19 é apenas uma que estará um pouco mais próxima por alguns quilômetros - a distância entre a Terra e a Lua será de 356.577 quilômetros, enquanto que a média dos perigeus durante 2011 será de 361.561 quilômetros.
A influência do satélite natural poderá ser sentido essencialmente nas marés, no entanto, os efeitos sobre a Terra são menores, e de acordo com estudos mais detalhados, a combinação da Lua estar em sua maior aproximação da Terra e na fase cheia, não deve afetar o equilíbrio interno da energia do planeta.
Esta Lua Cheia no perigeu quase coincide com o Equinócio da primavera. O Equinócio será dia 20 de março. O último equinócio de outono, a 22 de setembro de 2010 também coincidiu com uma Lua Cheia. É por tudo isto que a Páscoa este ano ocorre só no final de abril. No ano de 325 DC foi instituído que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia depois do Equinócio Vernal (da primavera). Assim, a primeira Lua Cheia depois do dia 20 de março será a 18 de abril e o primeiro domingo depois do dia 18 de abril é o dia 24 de abril - domingo de Páscoa de 2011.
Fonte: NASA e Cosmo Novas

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Parabéns Geoabrangência !!!

Gostaria de registrar aqui o meus parabéns ao Geoabrangência que completou seu primeiro aninho em 21 de Fevereiro de 2011, espero que ele continue firme recebendo muitas visitas, seguidores e comentários.
Agradeço a todos os leitores e digo : Sustenta a minha vontade de escrever o fato de eu nunca me satisfazer em permear somente os meus sentimentos...
PARABÉNS !!! 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um Novo Desafio

Bem, nessa postagem gostaria de colocar em debate um novo desafio para todos nós educadores. A inserção dalinguagem informacional na educação dos discentes, abordando o modo como ela se dá e explorando também o impacto e o desafio desse novo método de ensino que tem sido cada vez mais frequente na educação mundial.Esse Fenômeno, dá-se pós anos 70, quando a revolução tecnico-informacional abriu um leque de possibilidades, avanços e atrasospara diversas áreas de trabalho e estudo. Nesse leque estava a internet.


É fato que a internet é uma ferramenta que tem entrado com freqüência no cotidiano de docentes e discentes, tão quanto livros, apostilas e outros métodos de abordagem na sala de aula.
Agora devemos entender que ela não é distribuída igualmente no globo e nem chega a todos os lugarescom qualidade.
Entretanto, liga os quatro cantos do mundo servindo à população como meio de conhecimento e até diversão.
Mas a questão é que deve-se entender que surgiu nas vias da internet um novo tipo de informação, ou melhor, vários tipos de informações onde observa-se a informalidade nos diálogos e a mutação consequente dos " palavreados".
Onde eu quero chegar de fato é em uma reflexão.
Caros docentes, como trabalhar com essa nova ferramenta e regular a grande infecção da Epidemia "Ctrl + c , Ctrl + V" nas nossas atividades extraclasse e trabalhos em geral ?
Sabemos que essa mania de sair copiando tudo por aí reflete como falta de exercício do pensamento crítico de nossos alunos.
A solução não é proibir o uso de novas tecnologias, pois elas vem para auxiliar-nos no ensino nosso de cada dia para que aquele modo antigo de ensinar não continue desgastante e pouco produtivo. Devemos acompanhar o avanço das tecnologias mas também devemos impor métodos de utilização desses recursos.
O grande desafio então não estará só na regularização da utilização por nossos alunos, mas também estará na capacitação de todos os professores para que eles acompanhem os "passos" da modernidade.

Boa Reflexão.




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A Carta Testamento de Getúlio Dornelles Vargas (1883 – 1954)

Gostaria de Deixar aqui a carta que o Ex-Presidente desta nação escreveu antes de morrer...
É um discurso pelo qual sempre me interessei, estimularei alguns alunos a lerem o dia em que minhas aulas de Geopolítica fizerem efeito em alguma sala de aula nesse mundão de meu Deus ....


 "Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
    Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

    Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

    Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

    Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

    E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)

domingo, 23 de janeiro de 2011

30 Anos Depois a dor ainda persiste


Preste bem atenção, se você não conhece...conhecerá agora a tragédia que abalou os Amapaenses a 30 anos atrás...



Acidente que deixou centenas de mortos ainda está vivo na memória dos amapaenses

A maior tragédia da navegação amapaense e uma das maiores da brasileira completa 30 anos. Foi no dia 6 de janeiro de 1981 que o barco Novo Amapá naufragou na foz do Rio Cajari, deixando mais de 300 mortos e pelo menos 300 outros passageiros em momento de terror, no meio da escuridão tentando sobreviver. Três décadas depois, o acidente ainda é lembrado por familiares de vítimas e pessoas que trabalharam na remoção dos corpos ou na cobertura da tragédia. Muitos ainda se perguntam quem são os culpados pela tragédia.
A embarcação deixou o Porto de Santana, por volta de 14h, com destino à cidade de Monte Dourado, no Pará, e tombou por volta de 21h. Apesar de ter capacidade para 400 passageiros e meia tonelada de carga, o Novo Amapá transportava mais de 600 pessoas e o dobro da capacidade de mercadorias, uma das causas prováveis para o acidente.
Na época, a Capitania dos Portos registrou pouco mais de 150 passageiros para o barco. De acordo com o despachante Osvaldo Nazaré Colares, em relatos fornecidos à imprensa local, ele soube da real lista de passageiros, somente horas depois que a embarcação já tinha desatracado do Porto, e por isso não pôde tomar providências para interromper a viagem. Manoel Alvanir da Conceição Pinto, então comandante do barco, seguiu as instruções do proprietário do Novo Amapá, Alexandre Góes da Silva, como instalar mais um motor hidráulico no barco para agilizar a viagem. Contudo, não conseguiu evitar o naufrágio. O corpo de Góes foi encontrado em um dos camarotes da embarcação.
Manoel afirmou que, em nenhum momento deixou o comando do barco, como disseram alguns sobreviventes na época. “Havia um garoto ao meu lado na cabine de comando, mas não deixei que ele pegasse na direção do barco”, afirmou o ex-comandante, após o acidente.

Enterro em valas
Como eram muitos cadáveres e os corpos se decompunham com rapidez, as autoridades resolveram fazer um enterro em quatro valas de 50 metros, no cemitério Santa Maria, em Santana. Enquanto não eram enterrados, os corpos ficavam no galpão do Governo do Estado, numa câmara-ardente, até serem transportados para o sepultamento. Famílias inteiras foram enterradas no mesmo local, como a de Irandir, Célia, Nice, Irley, Redinar, Adilza e Denise Pontes - todos mortos no naufrágio. Na mesma sepultura também podem ser encontrados cadáveres de mãe e filho, como a de Maria do Socorro Oliveira, que faleceu aos 20 anos e Max Henrique Oliveira, que iria completar um ano de idade.
Após 30 anos do naufrágio, não se sabe o número de corpos enterrados, pois segundo o Jornal do Povo, em matéria publicada na época, o barco não possuía lista de passageiros e seu dono se limitava a cobrar a passagem e a colocar o dinheiro em uma maleta que levava consigo. Portanto, desconhecia-se a identidade dos mortos e as autoridades só puderam identificar os cadáveres, quando aparecia um parente ou familiar.
Segundo a lista da Capitania dos Portos do extinto Território Federal do Amapá, cerca de 650 pessoas embarcaram no Novo Amapá e menos de 180 puderam sobreviver. “Muita gente diz que foram duzentas e poucas pessoas que sobreviveram. Isto não é verdade”, contradiz dona Creuza Marques dos Reis, sobrevivente do naufrágio. Dona Creuza embarcou com a filha e a neta, mas somente ela e a neta de um ano e meio sobreviveram. Até o ano passado, moravam em Santana e sobreviviam da renda de um pequeno estabelecimento comercial.

Sem salva-vidas
Outra pessoa que conseguiu escapar com vida do acidente foi Armando da Silva Batista. Ele disse que muitas pessoas morreram porque não usavam o colete salva-vidas e dormiam na hora do naufrágio. “Essas pessoas que pegaram o salva-vidas morreram quase todas porque dormiam e não sabiam, ao acordar, como colocar o salva-vidas. E isso atrapalhou, pois não sabiam o que, de fato, estava acontecendo”, disse Batista.
Funcionário de uma empresa que vendia utensílios de cozinha para toda a região do Amapá, Batista viajava frequentemente em época de pagamentos, para fazer cobranças, acompanhado do colega Edson. Momentos antes da tragédia ambos haviam se separado. “Como a área das redes estava muito quente, disse pro meu colega que ia pro andar de cima e só retornaria de manhã”, relatou. Ao ser perguntado sobre o momento em que o barco tombou, contou com detalhes: “Levei uns 15 minutos pra chegar na cabine. Quando cheguei lá, ele [comandante] mandou servir um café pra mim, pro Roberto [amigo] e duas meninas do Jari. Nos 15 minutos que cheguei lá, o barco deu um tombo para um lado e um tombo para o outro. Eu ainda perguntei pro Alvanir: ‘Alvanir, isso é maresia?’. Ele disse: ‘Rapaz, por incrível que pareça, nessa região não dá maresia’. Quando ele terminou de falar, o barco tombou de uma vez. Foi como uma virada de carro. Inevitável”, explicou.

De quem foi a culpa?
Segundo alguns sobreviventes, a inexperiência de um garoto na cabine de comando pode ter sido a causa do desastre. O garoto que muitos se referem pode ser José Roberto da Silva Pinto, hoje com 37 anos e que chegou a trabalhar no cemitério onde foram enterradas as vítimas do naufrágio. “Isso é mentira dizerem que foi um garoto a causa principal da tragédia”, disse José Roberto, criticando as afirmações feitas pela imprensa na época. O rapaz era amigo da tripulação e, vez por outra, viajava no Novo Amapá a pedido do proprietário Alexandre Góes. “Antes mesmo de começar a viajar no Novo Amapá, eu trabalhava num bar de que ele [Góes] era dono”, disse Roberto. Alguns sobreviventes insinuaram que um banco de areia pode ter sido uma das principais causas do trágico tombo na foz do Cajari. Mas, segundo informações que se encontram em livros geográficos e hidrográficos da época, o nível do rio Cajari era bastante alto para levar a embarcação a inclinar-se lentamente para as águas. Outra possibilidade é a superlotação da embarcação. Mas, o grande questionamento é se a superlotação foi a única causa do naufrágio do barco Novo Amapá, já que só tombou sete horas depois da partida e não logo após deixar o porto de Santana.

Texto extraído da GAZETA...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Monólogo da Água


Água, ó Agua ...
Simplesmente definida como uma substância líquida composta de hidrogênio e oxigênio, a água vai muito além.
Alguns dizem que no além ela está presente.
Para outros desde o topo do Everest às fontes hidrotermais situadas ao longo das profundezas oceânicas, somos capazes de encontrar este símbolo tão precioso presente em nossas vidas.
Quando queremos falar de água é preciso ir além de algumas linhas. Quem vê Água, enxerga seu grande valor, sua essência e sua perfeição !
A Água Alimenta o ser humano, e vivifica o espírito !
Água presente no Batismo e Lava-pés de Jesus , na narrativa Cristã.
A Água cria guerras- Como em Israel e seus vizinhos, pelo poder do Jordão - , modifica nações é considerada símbolo da vida.
A Água é Sagrada para as Meditações Espíritas, e para os Monastérios Budistas.
Dizem que é o grande " Caldo " de onde surgimos.
É um sistema de circulação que corta o mundo, uns temem suas escassez, outros seu excesso.
Símbolo da longevidade Japonesa
E da Prosperidade Brasileira
Doce, salgada, imunda, pura, gelada ou quente, em todas as formas ela sustenta o globo.
Podemos citar o derrame na pia batismal, ou até mesmo o dispersar das cinzas em um rio...
Ela é o Altar da criação, quer seja Criacionista ou Evolucionista.
Pois a Água compõe as Células do corpo humano assim como os mitos da criação.
Ela é o viveiro e germinação de todas as sementes no sentido literal,
É uma substância mágica e até medicinal.
Engloba rituais tradicionais e cotidianos, traduz o ser.

Você deve estar se perguntando
por que eu quis falar da água ?

Milhares de pessoas Sofrem constantemente com inundações, e outras morrem pela falta dela.
E Daí ?
Eu penso que o balanço do ser se volta para o cotidiano na atualidade, e esquece de refletir e ponderar as situações vindouras, e está tão quão equidistante da nossa capacidade de raciocinar de fato.
Sem nenhuma crise ou algum rodeio !
Eu indicaria a reflexão...
E você ?



Grandes Abraços.

Por: Eliakim Silva