segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Povo do Pântano - "Bog People"



  É fato que contos e achados arqueológico de múmias já fazem parte da narrativa histórica da antiguidade. Mas ao se pensar em múmia pensa-se em Egito antigo, palco de vida das múmias mais famosas conhecidas até então. Entende-se que o Egito toma frente nessa narrativa pelo seu conhecimento na arte da mumificação e na crença religiosa de uma vida pós-morte que sustentou isso. 
  Mas não é só no Egito que existem múmias desbravadas pelos estudos de Arqueologia, pelo contrário, elas estão espalhadas no mundo todo, talvez descansando bem debaixo dos nossos pés.


Múmia peruana no Convento do Carmo, em Lisboa.
Múmia natural de Guanajuato, México.











  Outro exemplo disso são as múmias conhecidas como “ Bog People” ou Povo do Pântano, que são múmias ou corpos preservados naturalmente encontrados nos pântanos do norte Europeu, altamente conservados, sem a utilização da mumificação, apenas guardados pela natureza. Os corpos são mantidos através do tempo por causa da água muito ácida resultante da decomposição secular de algas pantanosas, a baixa temperatura e a falta de oxigênio no local também influenciam para o processo estabilidade decomposcional. 
Homem Tollund viveu no século 4 aC., a barba dele ainda continua visivelmente preservada.
  A pele, as feições, os órgãos internos e até mesmo os dejetos intestinais ficam notavelmente bem preservados, entretanto a acidez da água acaba por dissolver os ossos com a reação da água ácida e o fosfato de cálcio presente no esqueleto humano-animal.



Perfeição da unha ainda esmaltada da múmia
 





  Os primeiros corpos encontrados resultaram de uma busca policial por uma mulher desaparecida, e ao entrar no pântano se depararam com a incrível situação. 
  A maioria desses achados foi datada da idade do ferro há aproximadamente 2100 anos atrás, e a singularidade na maneira como esses corpos foram depositados no pântano sugerem algum tipo de ritual, fruto de sacrifícios humanos do paganismo germânico, inclusive no intestino de uma das múmias da Inglaterra foi achada varias sementes de pólen de uma planta utilizada nos rituais celtas da antiguidade inglesa.

Reconstituição Arqueológica da múmia

Homem Tollund viveu no século 4 aC.

  Por isso muito cuidado pra não se assustar quando se deparar com um fascinante achado desses, eles podem até estar descansando, mas o corpo deles fala e pode nos contar uma história ainda não conhecida pela humanidade.


Por: Eliakim Silva

Um comentário:

Alex Rodrigues disse...

Caraca! Que texto curioso e rico em informações... Bom demais de se ler. Parabéns, Eliakim.